Recentemente, a BBC publicou uma matéria divulgando o resultado de uma pesquisa mostrando que os jovens estão cada vez mais esgotados... na Suécia! Sim, na Suécia, um lugar conhecido por sua proteção aos direitos trabalhistas (o artigo pode ser acessado no site https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-49211535 ). A Síndrome de Burnout (burn=queimar; out=acabar, terminar) é conhecida como Esgotamento (classificado na CID-10 sob o código Z73.0) no Brasil, e especifica o problema como um estado de total incapacidade para executar tarefas ou realizar atividades da vida cotidiana, por absoluta falta de energia.
Diferentemente da depressão, a Síndrome de Burnout é resultado de um estado continuado de stress e desgaste, que pode ser causado pelo trabalho, vida acadêmica ou outros hábitos. Acumulados, eles levam a pessoa ao esgotamento, pois ela não consegue mais "desligar" das atividades cotidianas, reduz seu tempo de descanso, prejudicando seu sono.
Alguns hábitos, como checar constantemente mensagens no celular, e-mails e redes sociais, aumentam a sensação de estar conectado ao mundo, fazendo com que a pessoa continue sob tensão. Isso gera problemas para dormir, ansiedade, fadiga severa e, acredite, problemas cognitivos e emocionais graves. Longe de ser uma doença da moda, Burnout é grave e merece cuidado. Uma boa avaliação médica e psicológica é o primeiro passo para a intervenção, que pode incluir o afastamento das atividades laborais e acadêmicas, uso de medicamentos e psicoterapia.
Se você conhece alguém enfrentando essa situação, ajude-a. Pessoas com Burnout dificilmente reconhecem que estão com um problema até ficarem completamente incapazes de fazer qualquer coisa. Vença o preconceito e procure ajuda especializada.
O Autor: Francisco Heitor da Rosa é Psicólogo (CRP 07/08436), Doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É professor universitário na área de Avaliação Psicológica e sócio-fundador do Transmissão Instituto de Psicologia & Consultoria.
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